terça-feira, 25 de setembro de 2012

Redescobrindo Portugal II


Ok galera, eu sei que tô devendo muitos textos e informações à vocês, mas é que me tem faltado inspiração e ôdío meus textos sem inspiração, ficam sacal por demais. Acho que encontrei uma ponta de algo por aqui, vamos tentar.
Já é outono e o tempo mudou de forma impressionante, não tô acostumada com isso, nublou e muito vento, daí me lembro das aulas de geografia e de como é o clima temperado com estações bem definidas. Muito diferente de Vitória em seus constantes 30º C.

Das coisas brasileiras que vi por aqui: certamente a “semelhança” da língua ajuda, semelhança porque é claro que uma língua sofre transformações ao longo do tempo, e nós, com nossos diferentes sotaques sabemos muito bem disso. Mas não é só isso, pois se fosse, teríamos muitas coisas portuguesas no brasil, o que não ocorre. Mas já na estação de trem vi Juliana Paes estampada em uma capa de revista, que contava não só sobre “Gabriela” como também sobre sua vida pessoal. (um húngaro, que por acaso também assiste novelas brasileiras,  me disse que eu parecia com ela, hauhauhauhauaha, chupa essa manga Juliana). E mais tarde um gajo lendo a revista em quadrinhos de maurício de Sousa ‘turma da mônica’. De alguns portugueses que conheci aqui e outros argentinos, Jorge Amado é um nome conhecido, e estou a ler “capitães de Areia” e já o prometi a diversas pessoas... quero só ver se eles me cobrarem. Fora é claro todas as músicas brasileiras, incluindo michel teló, mundialmente famoso por ‘ai se eu te pego’, com tradução em diversas línguas, e que se fez presente no almoço/janta com brasileiros, turcos, húngaros, alemães e argentinos (acho que não tô esquecendo nenhuma nacionalidade). Ei você intelectual de esquerda, não tenho vergonha de ser da terra de teló, acho engraçado, e se pedir sambo e danço até o chão.... pronto falei!

Das coisas portuguesas que vejo por aí: o que não pude deixar de notar foram as “pedras portuguesas” (por aqui eles não chamam assim) que cobrem o chão por toda parte, alguns nomes em comum, principalmente nas terras cariocas (sede da coroa português e que com certeza conserva muita influencia), como ‘lapa’ (que eu ainda não descobri o que é), e outros como largo (praça para os leigos, rs), e os arcos como aqueduto, (arcos da lapa).
Tive uma conversa bêbada e de boteco com um ‘autêntico’ português e descobri que o que se pensa ser uma ausência de identidade na verdade é uma identidade fortíssima. Em um papo de filosofia de boteco, nem tão infundado assim, entendi a luta pela formação de um território-nação e ao mesmo tempo a incorporação de outras culturas (mouras, celtas, espanhóis e romanos) como base da formação do país, e a tentativa deles de se fazer entender (seja em língua indígena ou árabe) e que até hoje por aqui se preserva e que também herdamos e nos vangloriamos tanto, talvez por isso eles me entendam bem melhor quando falo ‘meu-nosso’ português, e o contrário não ocorre. Sinto-me em dívida com isso juro.
 Pela primeira vez não me arrependi de ter lido Raymundo Faoro, tô é arrependida de não ter trazido aquela bíblia de livro de 650 páginas escritas em linguagem de advogado (saravá). Mas “os donos do poder” é um ótimo livro para entender a história de Portugal e brasil.

Ai cansei, são tantas semelhanças e desavenças, rancores e passados inglórios que se me aprofundar mais no assunto vou virar mais historiadora do que antropóloga, rs. Mas ainda há muito a ser dito sobre as terras de Cabral. Além é claro que os pastéis de Belém são deliciosíssimos...

rua do jardim botâncio (Rio de Janeiro?)

Arcos (da lapa?)

Favela?

sem comentários

a praxe

almoço/jantar internacional

6 comentários:

Stella disse...

Amore, amo seus textos!!! Já te vejo cheia de sotaques e palavriados dos nossos "parentes".
tem como enviar via sedex um pastel de Belém? Desejo....
iaiuaahiauaj
se der faz uns vídeos.
bj
se cuida

Estevão Modolo disse...

Camila, como sempre um texto delicioso de ser lido. Fiquei maravilhado com as impressões que vc teve sobre a terra dos nossos colonos, as fotografias comparando as duas culturas e principalmente sobre a dificuldade que temos de entender o sotaque deles e o contrário não é verdadeiro (se bem q esse último eu boiei um pouco).

Tb notei no seu texto, uma falta do gerúndio e um "por demais" (não sei se um purrtugues ou é influência da novela Gabriela).

E ainda nos deixou um gostinho de conhecer Portugal.

Um grande abraço!!!

Camila e Elisa disse...

sim a ausência de gerundismo é influencia da língua falada aqui... que aliás tive que me conter para escrever mais parecido com a gente do que com eles... é provável que os próximos postes fique mais português-portugal...
e que bom que sentes vontade de conhecer terras lusas.... essa é a intensão do blog.... incentivar as pessoas a viajarem mais pelo mundo!!!
vamos nos misturar.... que como eu ouvi aqui, é o contrário de racismo.... sociologismos a parte,tive que concordar.

beijos beijos

Rodrigo disse...

Luan Santana é triste, hein? rsrs
Mas olha, falando sério, eu acho mesmo que o Rio de Janeiro guardou muita coisa Lusitana, tanto na arquitetura quanto na fala, sabe? as expressões usadas, mas eu precisava ir em Portugal pra confirmar isso. agora você pode ir me dizendo... beijo!

Patricia disse...

já tem programação de aniversário, hein! show do luan santana bem no dia 09 de novembro! rsrsrs
tão bom ler e sentir um pouco sua experiência... conversas de boteco com portugueses autênticos certamente são excelentes aulas de história/antropologia. imaginação livre e palavras soltas... to até vendo a cena! rs
um abraço bem apertado, xuxu!

Camila e Elisa disse...

pat tô pensando seriamente em ir ver luan santana no meu aniversário..... é coincidência demais nesse mundo!!!! huahauhauahuahuahua